sábado, 31 de dezembro de 2011

2011.




Este é meu último post do ano. E foram poucos.

Mas por um bom motivo: passei quase dez meses fora de casa, viajando à trabalho. Tive a oportunidade de conhecer a Europa e um pouco da América do Sul. Uma experiência incrível, cujas memórias parecem ao mesmo tempo distantes e recentes. Os detalhes só as tornam mais intensas. É bom lembrar das pessoas que conheci com suas vozes, cheiros, faces, sorrisos e sentimentos... O que eu aprendi por conversas, confissões, encontros inusitados e momentos íntimos. E dos países por onde estive, com suas paisagens cruas - cidades, campos e oceanos. Absorvi tudo que pude.
No processo, cheguei até a aperfeiçoar meu alemão e redescobrir minhas raízes italianas. Fotografei como nunca; ainda estou no processo de edição - mais de 5.000 fotos. E cada uma delas evoca uma recordação específica, um souvenir.


Durante minha jornada, fui avisado algumas vezes de que algo me aconteceria. Não dei muita atenção e segui adiante nos meus novos caminhos; mas ao voltar pra casa, lembrei-me imediatamente do que me foi dito: é uma verdade até... dolorosa. Reencontrei minha família e amigos e revi minhas posses; nada por aqui havia mudado. E vi o quanto mudei.
Me disseram sobre o que aconteceria, mas não como lidar com o efeito. Diferentes reflexões me atingem durante o dia e são mais rápidas do que posso diluí-las ou até mesmo escrever sobre elas. Esta é uma das resoluções de fim de ano: escrever mais.

Confesso que não tenho vontade de escrever minúcias sobre o que vivi: melhor compartilhá-las numa conversa do que jogá-las na blogosfera. Por enquanto. E foi triste ler e ouvir que algumas pessoas tinham inveja de mim pela experiência que tive; isso me fez aprender algumas lições sobre nossos círculos sociais, sejam de amigos, colegas ou simplesmente 'contatos virtuais':
Elas não querem saber da dor ou dos sacrifícios ultrapassados para conquistar algo - querem apenas o resultado, o saldo final do sucesso; nossa dor não faz diferença a ninguém. Tive que trabalhar muito e passar por situações que testaram meus limites físicos e emocionais. E conheci pessoas que passaram por coisas ainda piores.

Atravessar longos oceanos deveria ser um processo obrigatório em nossas vidas. Aprendi que nada é constante: que todas as coisas devem passar (como já atestou George Harrison) para que não fiquemos presos à elas. Apenas colher os frutos de nossa semeadura com consciência, responsabilidade e aceitação - outra grande lição aprendida. Criamos a implacável lei do tempo, onde estamos sujeitos às auguras do passado e do futuro. É difícil estar sempre no "agora", em cada segundo, em cada respiração, sem termos que pensar em outrem ou em algo que não nos compõe.
Aprendi que cada momento conta, e as pessoas queridas que conhecemos nesta jornada não exceção.

2011 foi muito importante pra mim.

Por isso sou muito grato à Deus Pai pelo que passei, vi, conheci, experimentei e vivenciei. Por tudo em todos os dias.

E que 2012 seja melhor.

Um forte abraço.



- Este texto é dedicado à eterna memória de José Alencar Libório, que fez a travessia para um lugar melhor neste ano e cujo espírito me deu lições valiosas de alegria, paz, compreensão, respeito e amor.

Obrigado Zezinho; de coração.

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