quinta-feira, 29 de abril de 2010

MOBY - São Paulo-SP, 23 de Abril, Credicard Hall.

Com este post, inauguro uma nova categoria de textos em meu blog: shows são uma oportunidade perfeita de observar alguns de meus artistas favoritos no palco e analisar como suas performances - verdadeiras ou não - atingem o público e a mim. Música é uma de minhas paixões e relatar tais experiências ao vivo é melhor do que guardar o ingresso.
Seria uma boa levar minha câmera para os próximos também!

À primeira então:





No atual cenário da música Pop, poucos artistas conseguem mesclar elementos do techno, rock, soul e ainda serem reconhecidos por seu talento, e não sua imagem. Moby,  o multi-instrumentista e DJ nova-iorquino, se enquadra na última categoria. A platéia no Credicard Hall em São Paulo estava dividida entre fãs de longa data e de primeira viagem.

Após uma hora e meia de atraso, o riff (de violino) de "Extreme Ways" - canção-tema consagrada pela trilogia de filmes do espião Bourne, finaliza a espera. Moby entra no palco empunhando uma guitarra, seguido de uma recepção que poderia ter sido mais calorosa, dada a expectativa e quantidade do público; sua insegurança era perceptível ao se movimentar de um lado para outro do palco para descobrir o tipo de vibração que enfrentaria. Ele então tomou sua posição em frente ao microfone e canta as primeiras estrofes da canção que possui um impacto maior ao vivo. Os aplausos aumentaram e Moby foi imediatamente perdoado.




A energia do palco durante o show não era mérito apenas do multi-instrumentista, que trocou a guitarra pela percussão em algumas canções. A banda de apoio, composta por quatro mulheres e um baterista mereceu destaque - em especial a vocalista jamaicana Joy Malcom e a tecladista / vocalista Kelli Scarr. Moby reconhece o talento delas e as concede total liberdade artística no palco.
Com isso, qualquer impressão que ele tenha por ser um 'músico ególotra' desaparece em seu show. Há um espírito de colaboração e diversidade musical, e é por isso a platéia só tem a ganhar pelo espetáculo.

E é por essa soma de elementos no palco que se percebe como a maioria das canções de Moby seguem um padrão: melodias simples preenchidas por uma linha de estrofe que se repete; independente do estilo musical, elas agem como mantras. Durante o show, números como "Body Rock", "Honey", "Why Does My Heart Feel So Bad?" (do consagrado álbum "Play"), "We Are All Made of Stars" e "In My Heart" (do álbum "18"), fizeram o público dançar conforme a música, dando a sensação de uma pista de dança.

Diferente de shows onde a platéia se concentra no artista e depois as músicas, este teve o efeito contrário; a felicidade estava presente. Os ritmos techno-tribais levantaram até quem estava sentados na parte superior da casa. Além dos principais hits, o público foi recompensado com as covers "Take A Walk On The Wild Side" de Lou Reed e "Whole Lotta Love" do Led Zeppelin. Moby agradecia em português no fim de cada canção e dedicou outras a platéia, aumentando a empatia.




No fim da apresentação e sozinho no palco, ele ergueu-se lentamente sobre uma caixa, acompanhando uma batida eletrônica que aumentava e diminuia seu ritmo. Levantou seus braços até a cabeça e fixou seu olhar no infinito. Todos contemplaram um artista espiritualizado, focado em repassar a energia que sua música proporciona.




Agradecimentos ao amigo Marcelo Vargas pelo convite.

Um comentário:

Unknown disse...

É... acho que foi bem melhor que os gatos!
Bom voltar a ter post novo por aqui, eu realmente gosto de perder meu tempo... =P
Beijos!