segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

MÍDIA E PODER – CONCLUSÃO & REFLEXÃO.


E no fim, a informação que tiramos disso tudo é igual a informação que aqui postamos.

À um ano para a conclusão de minha Pós-graduação, a matéria ministrada pelo Prof. Dr. Dimas Kunsch – responsável pelo exercício de criar esse blog -, conclui-se com mais perguntas do que respostas. Não que isso seja ruim, mas totalmente o oposto.

Ao longo das aulas assistidas durante esse segundo semestre de 2008, várias idéias sobre as formas midiáticas foram temas provisórios para posts. Gostaria de ter postado minhas opiniões sobre expressões de mídia que fazem sentido em minha realidade, como o cinema, quadrinhos, fotografia, rádio e internet – poderia criar posts com análises inteiras sobre tais assuntos, pois não são somente temas atuais. Como disse, são formas de expressão midiáticas (e artísticas) as quais agrego muito gosto e respeito. Gostaria de dizer que a TV é uma delas, mas não a assisto como gostaria e deveria, ainda mais sendo um estudante de comunicação... Afinal, a matéria é um estudo dessas formas.

Mas a palavra “poder” me fez querer ir além.

Como fotógrafo, tentei mudar a perspectiva do que estava sendo postulado e analisado em sala de aula de micro (detalhe específico) para macro (plano ou visão geral). Concluí que, diferente do século 20, onde algumas formas de mídia foram criadas e outras aperfeiçoadas – para finalmente se estabelecerem, o século 21 confronta as constantes transformações tecnológicas dessas mídias, além da crescente população que cada vez mais as usa, criando fontes e mais fontes de informação. Mais notícias, interpretações e opiniões.

Em suma, tentei filtrar o resultado disso tudo.

A conclusão é que não tenho uma – até o momento. Sei que a sociedade de quase 30 anos atrás tinha mais respostas e conceitos preestabelecidos do que hoje. Somos a geração que ainda não passou por uma guerra, mas assiste várias pela TV; vimos a chegada do videocassete e sua passagem para o DVD (10 anos mal se passaram e somos apresentados ao HDTV e Blu-Ray); vimos a chegada de telefones celulares, pois quando mais pessoas neste mundo, mais sozinhos nos sentimos; vimos os computadores chegarem em nossas casas e acharmos nossas vidas quase impossíveis de seguir em frente sem essa coisa chamada internet.

É por isso que não tenho uma conclusão – antes era mais simples, mas hoje temos que aprender a filtrar e discernir as consequências da superinformação. É irônico pensar que, com tantas fontes de conhecimento e atividade para tornar o mundo como conhecemos um lugar melhor, o comportamento e autodestruição humanos (sem mencionar o planeta) aumentam de maneira inversamente proporcional. Responsabilidade, consciência e fé estão em falta.

A mídia não é do bem ou do mal – e é por isso que ela pode ser usada para ambas finalidades.
Ou seja, ainda estamos em transição.
Tudo se transforma em assustadora velocidade. O limite, ou o ápice para uma estrutura harmônica das coisas na sociedade não chegou. São muitos temas para reflexão – vários desses apresentados em sala de aula. Fomos incitados a questioná-los, requerendo até mesmo de bases filosóficas para uma melhor compreensão. Discutimos a multiangularidade, pluralidade, polifonia, polissemia, retórica e multiperspectiva. Somos seres humanos. Por isso, Clarice Lispector tem seu axioma: “Existir não é lógico.”

Na última aula do ano, confrontei o Professor com o seguinte questionamento: o que ele esperava como resposta (ou conclusão) dos seus alunos após apresentar alguns dos argumentos acima?
Correlacionei a situação com os meus posts neste blog - às vezes achando que todos poderiam ter sido um só – pois os finalizei com mais respostas do que perguntas.
Para mim, a inquietação e dúvida diante tantas perguntas ainda se faz presente – para ele, essa conclusão foi mais que o suficiente como resposta.

2 comentários:

DIMAS A. KUNSCH disse...

Prezado André,

Cumprimentos por seu blog, por seus questionamentos, por seus insights filosóficos... e porque, como registrado no seu primeiro post, você termina o curso com mais perguntas que respostas. Perguntar faz bem. Buscar respostas, também. Colocar pontos finais nas discussões, não. Isso delimita. Um feliz 2009 para você e para todas as pessoas que lhe são queridas. Abraços do prof. Dimas A. Kunsch

André L. Santana. disse...

Que bom que ele gostou;

Acho que passei nessa matéria, então.